Confira os assuntos que foram destaque na música no ano que passou

Foto: Neilson Barnard / GETTY IMAGES NORTH AMERICA / AFP
Gustavo Brigatti
O Segundo Caderno encerra hoje sua série de retrospectivas, lembrando os principais destaques do ano que termina. Na música, grandes astros do rock internacional marcaram presença com trabalhos vibrantes _ entre eles, David Bowie, Nick Cave e Paul McCartney. Por outro lado, no Brasil, o gênero parece estar voltando em definitivo para o underground, com participação cada vez menor no rádio.
Foi também o ano em que Miley Cyrus e Justin Bieber apareceram menos por sua música e mais pelo (mau?) comportamento, o funk carioca parece ter finalmente se estabelecido e o maior hit do ano parece ter saído do Studio 54.
Confira os fatos que mais marcaram o mundo da música.
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Gurizada medonha
A puberdade é mesmo um período complicado. Que o digam Miley Cyrus e Justin Bieber, que este ano passaram de crianças fofinhas e talentosas a mensageiros do apocalipse. A primeira foi Miley, que, de malha justa, língua de fora e abusando do rebolado, deixou papais e mamães de cabelos em pé no clipe de We Can't Stop. Não contente, repetiu a dose ao vivo durante premiações na TV. Bieber não ficou atrás e, em sua passagem pelo Brasil, foi expulso do Copacabana Palace ao tentar entrar com garotas de programa e acabou autuado por pichar um muro. Na Argentina, esfregou o chão com a bandeira do país durante um show e teve suas músicas banidas de uma rádio.
Volta às raízes
2013 foi um ano para gaudério nenhum botar defeito. Depois de três anos de ausência, a Califórnia da Canção voltou a ser realizada. E o melhor: em seu palco de origem, em Uruguaiana. A 37ª edição recebeu os competidores no Teatro Rosalina Pandolfo Lisboa, antigo Cine Pampa. Enquanto isso, Porto Alegre celebrou os grandes sucessos dos festivais nativistas em um show conjunto que lotou o Araújo Vianna. Gaúcho da Fronteira, Doroteo Fagundes, Luiz Marenco, Vitor Ramil, entre outros, interpretaram canções emblemáticas do cancioneiro regional gaúcho, como Esquilador, Tertúlia e Canto Alegretense.
Metal é ouro
Uma série de razões fizeram do show do Black Sabbath no estacionamento da Fiergs, em Porto Alegre, um acontecimento histórico. A maior delas é que seus músicos não deveriam sequer estar vivos, tamanha a quantidade de substâncias químicas que ingeriram ao longo de suas vidas. O grupo também rachou: o baterista Bill Ward pediu para sair antes da gravação do disco que daria origem a esta turnê mundial da banda. E, no final do ano passado, o guitarrista Tony Iommi descobriu um linfoma. No entanto, a banda tida como pedra fundadora do heavy metal protagonizou uma apresentação perfeita, não apenas por conta do repertório, recheado de clássicos, mas pela qualidade técnica impressionante para o lugar onde tocou.
Palco vazio
Entre 2011 e 2012, Porto Alegre viveu um boom de shows internacionais. A corrida pelo dinheiro dos fãs de música foi tão acirrada que, somente no último trimestre do ano passado, mais de 20 atrações gringas passaram pela cidade. Com a oferta muito maior do que a demanda de público existente, não foram poucas as produtoras que arcaram com prejuízo suficiente para comprometer o planejamento do ano seguinte. Resultado: em 2013, a Capital não recebeu nem metade dos shows que vieram nos anos anteriores, sem contar cancelamentos _ como o do cantor Beck _ e remanejamento para locais menores.
Poderosa Anitta
Apostando num funk carioca bem comportado, de levada pop e letras entre maliciosas e afirmativas, Anitta passou por 2013 feito um furacão. Após estourar na internet, a carioca de 20 anos tornou-se onipresente na TV e no rádio _ seu principal single, Show das Poderosas, foi a terceira música mais executada no ano em todo o Brasil. Foi eleita ainda artista do ano pelo iTunes brasileiro e levou os troféus mais importantes do Prêmio Multishow. O sucesso foi tanto que até para o tradicional especial de fim de ano de Roberto Carlos ela foi escalada.
Adeus, MTV
Um dos grandes faróis da cultura jovem no Brasil, a MTV morreu em 2013. Na verdade, mudou de dono: o Grupo Abril, que detinha os direitos da marca no Brasil, não renovou o contrato e o canal voltou para a Viacom. A matriz norte-americana, ciente do poder da marca, realocou a MTV para a TV por assinatura e reestruturou sua grade. Saíram os programas de variedade que inundaram o canal nos últimos anos e entraram enlatados gringos, desenhos animados, faixas de clipes pop e um programa com Fiuk. É, morreu, mesmo.
Rádio sem rock
Definhando a olhos vistos há pelo menos uma década no mainstream, o rock atingiu seu ponto mais baixo em 2013. Pela primeira vez em 13 anos, o gênero não figura sequer entre as 30 músicas mais executadas pelas rádios no Brasil. O melhor que conseguiu foi um 40º lugar com a balada Meu Novo Mundo, presente no disco póstumo do Charlie Brown Jr., La Família 013. Em anos anteriores, o posto mais alto que conseguiu foi um honroso segundo lugar com Vou Deixar, do Skank, em 2004, na lista encabeçada porAmor é Ouro, de Zezé Di Camargo & Luciano.
O ano do camaleão
Há uma década sem lançar disco inédito e afastado dos palcos desde 2006, David Bowie já havia entrado na lista dos rockstar ermitões quando surpreendeu o mundo ao anunciar, de supetão, o seu retorno. No dia em que completou 66 anos, em 8 de janeiro, seu site anunciou um novo trabalho, The Next Day. No mesmo dia, foi divulgado o vídeo do primeiro single, Where Are We Now?, automaticamente disponibilizado para download. O álbum completo foi lançado no dia 8 de março e ganhou resenhas positivas, que ressaltaram o brilho das composições, o instrumental bem cuidado e a inabalável força musical de Bowie mesmo após tanto tempo afastado dos estúdios. Mas a volta do cantor ao mundo dos vivos deve se limitar ao seu registro vocal: Bowie, segundo seus porta-vozes, está decidido a não fazer mais shows.
Hit onipresente
Se 2013 precisasse ser resumido em uma única canção, seria Get Lucky. Maior single deRandom Access Memories, do Daft Punk, a música rapidamente alcançou o topo das paradas de sucesso em mais de 30 países e viralizou na internet com a velocidade e a variedade que apenas os grandes hits conseguem. Também virou trilha sonora para programas de TV, jogos de videogame e seriados. A reboque, ressuscitou o músico Nile Rodgers, cuja guitarra disco fez toda a diferença para o sucesso da faixa. Como não poderia deixar de ser, em 2014 concorre ao Grammy, nas categorias melhor duo pop e gravação do ano.
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